Dúvidas endometriose

Papel da cirurgia na Infertilidade por endometriose

Fábio Ramajohttps://www.instagram.com/dr.fabioramajo/Médico Ginecologista
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Remover as lesões de endometriose, mesmo que superficiais, ajuda a diminuir a inflamação na pelve e melhorar o ambiente da fecundação.

A endometriose pode acometer a pelve de diversas formas e intensidades, podendo ser encontrada em até 50% das pacientes que não engravidam. Muitas mulheres descobrem a doença quando tentam engravidar.

Em pacientes com infertilidade, os exames de investigação da mulher podem demonstrar alterações relacionadas ao acometimento das tubas e ovários. Nos estádios mais iniciais da doença, quando a endometriose é superficial, as vezes é difícil descobrir a doença.

Quando bem indicada, a videolaparosocopia pode fazer um diagnóstico mais preciso, tratar as lesões e recuperar a função das tubas e ovários, e melhorando  a capacidade de gestar. A diminuição da inflamação pélvica é um dos principais efeitos benéficos da cirurgia, através da ressecção de lesões superficiais e profundas, que melhora a taxa de gravidez espontânea ou assistidas.

Muito importante no transporte dos gametas (espermatozóide e óvulos) e do embrião, as tubas são a parte mais sensível dos órgãos pélvicos. Pacientes com alterações nas tubas, como obstrução, tortuosidade, aderências entre outras, vistas em exames como a histerossalpingografia, tem indicação precisa do tratamento cirúrgico. Dependendo da idade do casal, a cirurgia pode liberar as fímbrias, na extremidade das tubas, ou retirar aderências firmes, agindo sobre a permeabilidade deste delicado órgão. Outras pacientes, infelizmente podem já ser diagnosticadas com destruição completa das tubas. Nestas, a plástica tubária pode não surtir resultados e a cirurgia de retirada da tuba visa ajudar os métodos de fertilização.

Nas aderências pélvicas, a videolaparoscopia é o padrão ouro no diagnóstico e tratamento imediato. Durante o procedimento, o ginecologista pode “limpar” traves fibrosas que fixam os órgãos pélvicos. Nesta situação, por vezes o ovário se encontra preso das aderências, bloqueando a captação dos óvulos pelas tubas.

Então, o médico deve estar atento e avaliar todos os detalhes de cada caso para a realização de exames e indicação correta de procedimentos adequados para cada paciente. Procure um ginecologista que tenha registro de qualificação de especialista (RQE).