A fisioterapia pélvica tem papel fundamental no tratamento da paciente com endometriose e também como reabilitação pós-operatória. Através de exercícios, massagens, uso de eletrofototerapia, e várias outras técnicas, a fisioterapia é um campo enorme e perfeito para controle dos sintomas.
A fisioterapia pélvica tem papel fundamental no tratamento da paciente com endometriose e também por vezes como reabilitação pós-operatória. A inflamação pélvica causa uma resposta local de contratura da musculatura do assoalho pélvico e lombar, levando a mais um motivo de dor – a chamada dor miofascial. O nome vem de músculo, que mantém uma contratura involuntária persistente, como uma câimbra, e fáscia que é a capa fibrosa que recobre os músculos. Essa contratura muitas vezes transfere para lombar, abdome, glúteos e coxas.
A contração excessiva desses músculos pode levar a 3 problemas funcionais básicos do assoalho pélvico: alteração para urinar, alteração para evacuar e dificuldade na relação sexual. A dificuldade para urinar e evacuar são simples de entender, já que a paciente pode não ter um relaxamento completo dos esfíncteres e músculos adjacentes, resultando em micção entrecortada e/ou constipação.
A dificuldade ou dor na relação sexual na mulher com endometriose tem 2 pontos dolorosos – primeiro na penetração, que devido contratura do intróito vaginal e paredes vaginais, a paciente apresenta queixa que parece uma “parede” impedindo a entrada do pênis associada a muita dor (dispareunia superficial). Segundo, tem a dor mais profunda, quando durante a relação sente dor quando o pênis encosta no útero (dispareunia de profundidade), essa segunda sim relacionada a lesões de endometriose propriamente ditas, atrás do colo ou vagina.
Além de trabalhar essa síndrome miofascial, a fisioterapia no pós-operatório vai ser importante principalmente naquelas pacientes que tiveram ressecções muito próximas aos nervos, onde exercícios de reabilitação serão muito importantes, principalmente nos casos de retenção urinária, endometriose de nervo ciático e raízes sacrais.
Através de exercícios, massagens, uso de eletrofototerapia, agentes físicos como calor e frio, exercícios de respiração diafragmática, a fisioterapia é um campo enorme e perfeito para controle dos sintomas. Devido a todas as funções que o assoalho pélvico exerce – isso que nem citamos a preparação especial para o parto – todas as mulheres deveriam ter consciência desse importante grupo muscular e se atentar para os exercícios de relaxamento e fortalecimento. Logo, aconselho que todas que tenham a oportunidade, tendo endometriose ou não, que façam avaliação e acompanhamento (se necessário) com um profissional especializado em fisioterapia pélvica e endometriose.