A medicina ocidental já se rendeu aos benefícios decorrentes dessa prática milenar conhecida por acupuntura. No tratamento da endometriose não poderia ser diferente e deve ser recomendada para pacientes com dor e infertilidade.

A dor na endometriose, por muitas vezes tem um caráter crônico, o que nos leva a propor outras formas de alívio da dor, que sejam seguras, e que não causem efeitos colaterais ou dependência. A ação de alívio da dor foi atribuída a vários processos fisiológicos e psicológicos, como ativação de via descendente inibitória da dor, desativação de áreas cerebrais que transmitem sinais relacionados a dor, interação entre impulsos que transmitem a sensação da dor e a expectativa da melhora dos sintomas.

Foi observado também que a acupuntura pode liberar neurotransmissores analgésicos para o sistema nervoso central, tem o poder também de diminuir os níveis séricos de estrogênio e aumentar a capacidade do sistema imune por aumentar a atividade das células NK (Natural Killer). Apesar de pouco específico foi observada queda dos níveis de CA-125 nas pacientes tratadas com acupuntura como terapia complementar.

Usando a acupuntura como modalidade analgésica para dores pélvicas crônicas ele ganha ainda mais importância, uma vez que 85% das pacientes com dores pélvicas têm alterações musculoesqueléticas não necessariamente localizadas na pelve em si. De todas as alterações, a síndrome dolorosa miofascial abdominal tem alta prevalência, no qual a paciente apresenta dor crônica com irradiação para pelve, no entanto os pontos gatilhos estão na musculatura abdominal. Assim a acupuntura é uma excelente alternativa à tradicional infiltração dos pontos gatilhos com analgésicos.

Desta forma, esta modalidade analgésica aparece como uma grande aliada no controle da dor, além de comprovado efeito cumulativo, e também há estudos comprovando impacto na fertilidade quando mantida por tempo mais prolongado, melhorando a função ovariana e regulando o sistema endocrinológico.