Encarado como um dos procedimentos mais complexos da cirurgia pélvica e abdominal, o tratamento cirúrgico da endometriose utiliza a videolaparoscopia como ferramenta ideal e a capacitação do profissional deve ser o ponto chave a ser considerado.
O nível técnico exigido dos médicos ginecologistas no tratamento da endometriose se equipara à outras especialidades como neurocirurgia e cirurgia cardíaca, que são aquelas que demandam mais tempo e dedicação na formação profissional.
O cirurgião especializado precisa realizar a inspeção inicial da doença durante a cirurgia, associar os dados clínicos e de imagem do pré-operatório, utilizar seu conhecimento com relação às técnicas cirúrgicas para abordar a doença e, somente depois de tudo isso, definir a estratégia a ser tomada naquela situação específica. Essa é a arte do manejo cirúrgico da endometriose.
Dificilmente isso pode ser traduzido na forma de um algoritmo, de guidelines ou de publicações científicas. Trata-se do feeling do cirurgião associado a anos de experiência clínica e cirúrgica, que no final das contas vai diferenciar o resultado do procedimento cirúrgico realizado por um médico ou outro.
Por isso, existe um consenso de que o tratamento cirúrgico dos casos mais severos de endometriose é melhor realizado em centros de referência, por cirurgiões com experiência e que se dedicaram para uma formação adequada. Deste modo, são obtidos os melhores resultados da cirurgia, com menor risco de complicações intra e pós-operatórias. Inclusive, em alguns países, existe o conceito de criação de centros de referência para manejo de pacientes portadoras de endometriose, com presença de equipe multidisciplinar, ensino e controle de qualidade dos tratamentos.
Portanto, a escolha do cirurgião é um passo muito importante para o sucesso do tratamento cirúrgico, principalmente em casos severos de endometriose. Procure um médico que tenha boas referências e que possua título de especialista (RQE).