A classificação é muito importante e esta discussão vai longe. Clique e conheça os principais classificações.

Muita discutida, a classificação da endometriose é abordada durante todo processo  de diagnóstico e no pré e pós operatório.

Basicamente, a paciente deseja saber se é portadora de endometriose grave ou não e se as lesões são profundas. Desta forma entende melhor a relação entre estas lesões e a sua dor ou infertilidade, por exemplo.

Para o médico assistente, o mapeamento e exploração das lesões, visam uma melhor programação e realização da cirurgia.

Como a endometriose é multifacetária, ela pode ter acometimento de órgãos intra e extra-pélvicos, com tamanhos, formas e profundidade diferentes, o que sempre levou a uma dificuldade de criar uma forma universal de descrição da doença, tanto para o uso entre serviços diferentes, como para o estudo.

Também, para a informação das portadoras sempre é confuso. Porque acometimentos semelhantes, podem ter comportamentos tão diferentes. As vezes, casos leves, levam a muita sintomatologia e casos graves são menos sintomáticos.

A classificação muito importante e provavelmente a mais usada foi criada pela American Fertility Society revisada pela American Society for Reprodutive Medicine. Tem o principal objetivo estabelecer relação entre lesões pélvicas e a infertilidade. Categoriza em 4 estágios, de acordo com a pontuação conferida durante o ato cirúrgico, entre mínima, leve, moderada e grave. É fácil de usar, mas tem pouca diferença entre as pontuações, levando a inclusão de muitas pacientes diferentes no estágio mais grave. Não coloca o acometimento de órgãos não ginecológicos em atenção.

Tentado complementar as falhas desta classificação, outras sociedade e grupos, foram desenvolvendo estudos, chegando a Classificação de ENZIAN. Esta mostra uma preocupação extra em relação aos acometimentos profundos pélvicos e ao acometimento multi-visceral, criando uma relação direta com a avaliação pré-operatória e a programação cirúrgica.

Em 2021, a American Association of Gynecologic Laparoscopists Special Interest Group in Endometriosis – AAGL, propôs uma nova classificação, procurando corrigir espaços das anteriores, agregando um aplicativo para facilitar a compreensão e o uso, tentando assim ter um estágio final que se relacione melhor com as queixas, dor e infertilidade. 

É mais uma tentativa de entender e classificar melhor a doença, de forma que cada paciente seja tratada e conduzida de forma totalmente individualizada.

Esta discussão sobre classificações está longe do fim, mas sempre que colocamos a paciente no centro da atenção, há uma melhora no diagnóstico e na programação cirúrgica, e os procedimentos são mais eficientes e completos, levando é menor recorrência e complicações e maior excisão das lesões.