A dor pélvica pode ser aguda ou crônica e é muito importante a atenção na avaliação. Quer saber mais? Continue lendo.
Antes de mais nada precisamos dizer que a dor pélvica pode ser aguda ou crônica.
A aguda é aquela que se inicia subitamente, de forma insidiosa, que requer um tratamento clínico ou cirúrgico imediato. Já a crônica, é a que acontece há mais de 6 meses, recorrente e que normalmente é acompanhada de alterações anatômicas e comportamentais.
Só na endometriose este sintoma está presente?
Não, em cerca de metade dos casos de endometriose pode ter como sintoma principal a dor pélvica crônica, mas o sintoma é muito comum a várias outras doenças.
As doenças do aparelho gastrointestinal e urinário, juntamente com as alterações ginecológicas são responsáveis por cerca de noventa por cento das dores pélvicas.
As doenças inflamatórias intestinais, a síndrome do intestino irritável, as hérnias, a constipação crônica, a infecção urinária e cistites, as pedras urinárias e os cânceres são causas frequentes não ginecológicas.
Dentre as causas ginecológicas, além da endometriose, a adenomiose, a moléstia inflamatória pélvica, os cistos ovarianos ou anexiais, os miomas, as varizes pélvicas, são os mais comuns.
As doenças musculoesqueléticas, as neurológicas, as psicológicas e as vasculares complementam os principais sítios relacionados a dor pélvica.
Então, como diferenciar se é ou não endometriose?
Para o manejo de pacientes com este sintoma, é muito importante a atenção na avaliação, com uma conversa e anamnese detalhada, buscando aspectos relacionados a endometriose. Entender como se iniciou o sintoma e como evoluiu até a fase crônica. Que uma dor aguda não deve ser prontamente admitida como endometriose, apesar desta poder ter fatores de agudização. Analisar fatos que geram o agravamento e fenômenos que o acompanham. Relacionar as alterações na menstruação, no ato sexual, no desejo de gestação, na evacuação e na micção.
A partir desde ponto, o exame físico e ginecológico detalhado, permite esclarecer e ligar os pontos, partindo-se para os exames complementares adequados a cada hipótese diagnóstica.
Para concluir, a dor pélvica crônica é um sinal importante para o diagnóstico diferencial dos casos de endometriose, portanto deve ser observado e analisado com cuidado, muitas vezes por equipe multidisciplinar atenta a interfase de tratamento entre várias especialidades.
O ginecologista tem a oportunidade de direcionar todo o diagnóstico e o tratamento das dores pélvicas femininas, já que é a referência das pacientes desde a primeira menstruação até o final da vida.